domingo, 30 de agosto de 2009


CONQUISTAR A VIDA
Comentando a vivência evangélica, diz Chico Xavier:
-Jesus não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o monte Evereste ou fizessem grandes sacrifícios. Só pediu que nos amássemos uns aos outros.
Não é preciso grande esforço de raciocínio, à luz da Doutrina Espírita, para constatar que estamos na Terra para desdobrar experiências em favor de nossa evolução.
Nosso destino é a perfeição.
Seremos, um dia, prepostos de Deus.
Desfrutaremos a felicidade da plena integração nos ritmos da harmonia Universal.
Chegaremos onde Jesus está, assim como Ele esteve onde estamos.
E tanto mais depressa atingiremos esse objetivo quanto maior o nosso empenho em cumprir os desígnios divinos, definindo o que Deus espera de nós.
Jesus foi o professor que veio nos ajudar, acelerando nossa jornada. Sua contribuição maior: ensinou-nos que o Amor é a Lei Suprema.
Amor que emana de Deus, a estender-se por todo o Universo.
Estaremos harmonizados com a Criação quando formos capazes de amar em plenitude. As dificuldades nesse particular não se exprimem em deficiência, mas em displicência.
Nossos interesses giram em torno do egoísmo, a exacerbada preocupação com o próprio bem-estar, a gerar os males que nos afligem.
***
A Doutrina Espírita nos oferece o caminho para superar o egoísmo, a partir da máxima de Allan Kardec:
"Fora da caridade não há salvação".
Entenda-se a expressão "salvação" não no sentido escatológico, de consequência das ações humanas na vida espiritual já que, sob o ponto de vista espírita, ninguém está perdido.
Somos filhos de Deus e permanecemos sob sua égide. Uma só alma que se perdesse e Deus teria falhado em seus objetivos. Por mais longe nos levem nossos desatinos, ainda assim permaneceremos nos domínios de Deus.
O termo "salvação" significa que nunca estaremos bem, enquanto não nos ajustarmos às leis divinas, dentre as quais se destaca justamente a lei maior, o Amor.
Para exercitá-la é imprescindível um desprendimento total de nós mesmos para uma comunhão total com Deus, meta suprema de nossas almas.
A caridade é o caminho.
À medida que, para sermos caridosos somo obrigados a combater o egoísmo, começamos a caminhar.
Hoje a passos lentos, vacilantes, empolgados pelo desejo de construir um futuro melhor.Amanhã, a passos largos e fáceis, à medida que, pelo exercício da caridade, atingirmos os domínios do Amor.
Estaremos exercitando a caridade sempre que empenhamos em fazer algo pelo próximo, seja o que está mais perto de nós, debaixo do mesmo teto, seja o que enfrenta penosas privações, na periferia.
Há que se considerar, como ensina Chico, que é infinitamente mais fácil transpor as montanhas da indiferença para exercitar o amor ao próximo a partir da caridade, do que conquistar o Everest.
Em busca de efêmeras glórias mundanas, arrojados e impetuosos alpinistas morreram na vã tentativa de chegar ao topo do gigante do Himalaia.
Melhor conquistar a Vida buscando nossos irmãos nos socavões do infortúnio, aquela vida abençoada de expressão evangélica, que vibra em nossas veias quando nosso cérebro povo-se de ideais e nossas mãos movimentam-se nos serviços do Bem.
[Rindo e Refletindo com Chico Xavier Vol. 02 - Richard Simonetti]

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